sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Breve definição e caracterização da Banda Desenhada

Conhecida como a 9ª Arte, a Banda Desenhada pode considerar-se uma forma de arte narrativa e sequencial que conjuga texto e imagens (figuração narrativa), tendo em vista a narração de histórias dos mais variados géneros e estilos. Com efeito, na Banda Desenhada, uma história é narrada por meio de imagens fixas e numa sequência de pequenos quadros também chamados quadradinhos ou vinhetas.
Contudo, é importante sublinhar que a Banda Desenhada não é apenas uma simples sobreposição de imagem com texto. Na verdade, para muitos autores e críticos de banda desenhada, esta é considerada uma forma específica de literatura, em que a uma parte gráfica se conjuga uma parte literária (literatura gráfica), uma vez que a escrita é um aspecto fundamental de um texto de banda desenhada.
A Banda Desenhada pode ser definida e encarada como uma forma de arte muito específica, que utiliza uma linguagem, uma simbologia e um léxico próprios. De facto, palavras como tiras, faixas, bandas, pranchas, vinhetas, balões, onomatopeias, etc., fazem parte de um vocabulário específico desta arte, que consiste em contar histórias com recurso a texto e imagens.
Em Portugal, a Banda Desenhada é conhecida, vulgarmente, por duas designações, muito semelhantes: histórias aos quadradinhos ou histórias em quadrinhos, na versão abrasileirada. Estas histórias podem ser elaboradas e desenhadas a cores ou a preto e branco e podem ser publicadas em diversos suportes e formatos, tais como, revistas (contendo histórias completas ou em continuação), álbuns (cartonados ou brochados) e páginas de histórias (em tiras ou pranchas).
As histórias aos quadradinhos são lidas pelas mais diversas faixas etárias e pelos diferentes estractos sócio-económicos da população, desde crianças em início da idade escolar até leitores mais ou menos idosos, ou seja, constitui uma leitura muito apreciada para qualquer leitor, dos 7 aos 77 anos, como era anunciado pela famosa revista portuguesa Tintin (1968-1982).
De acordo com as circunstâncias específicas dos diversos países onde a Banda Desenhada teve a sua origem e implantação, assim esta adopta diferentes denominações. Nos Estados Unidos da América, convencionou-se chamar-lhe Comics, pois as primeiras histórias de banda desenhada que surgiram eram do género humorístico e cómico. Em França, as histórias de banda desenhada eram publicadas, diariamente, nos jornais, em tiras (bandes, em Francês), ficando, por isso, conhecidas por Bandes-Dessinées. Em Itália, as histórias de banda desenhada foram baptizadas com o nome de balõezinhos ou fumacinhos, daí o termo italiano Fumetti utilizado para designar aquele género de histórias, pois os balões, indicando a fala dos personagens, fazem lembrar uma espécie de fumo saindo da boca dos interlocutores. Em Espanha, para designar as histórias de banda desenhada, adoptou-se a palavra Tebeo, nome de uma revista infantil, a TBO.
No Brasil, durante muito tempo, chamou-se às histórias de banda desenhada Gibi, que era também o nome de uma revista. Hoje em dia, chama-se quadrinhos ou histórias em quadrinhos. No Japão, a expressão utilizada para designar as histórias de banda desenhada é Manga.
No entanto, actualmente, numa era de globalização e de desenvolvimento acelerado das tecnologias de informação e comunicação, com especial destaque para a forte implantação e expansão da Internet, a Banda Desenhada é designada, a nível mundial, por Comics, independentemente da zona geográfica do globo terrestre onde nos encontremos e onde exista Banda Desenhada.
Devido precisamente ao advento das novas tecnologias e à entrada da sociedade humana na era digital, hoje em dia, a Banda Desenhada não só é publicada e editada em formato de papel, como também é publicada em formato electrónico e digital, em edições on-line, agregando, ao seu redor, um universo multifacetado de criações, em termos de histórias e dos seus respectivos heróis, os quais são depois adaptados aos jogos de vídeo e computador, ao cinema, às artes plásticas e aos produtos e acessórios ligados à indústria do merchandising, tais como, brinquedos, bonecos, roupas, louças, posters, calendários, pins, porta-chaves, etc.
Em jeito de conclusão e para terminar, podemos e devemos afirmar que, em pleno século XXI, a Banda Desenhada já não é considerada nem vista, como outrora o foi, como uma espécie de parente pobre da ilustração e, sobretudo, da literatura, sendo, pelo contrário, reconhecida, hoje em dia, como uma das mais modernas e originais linguagens específicas do nosso tempo, uma linguagem universal com um elevado poder de comunicação, que vai, certamente, continuar a cativar e a fascinar gerações de leitores por todo o Mundo, como o fez, aliás, ao longo do século XX.

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